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terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Ocupado demais para orar?



 
por Rev. Valdeci da Silva Santos
 
Vive-se uma época frenética e não em uma era contemplativa. Há grande chance de acertar ao afirmar que tanto no trabalho quanto nos momentos de lazer nós nos apressamos, estressamos, desfocamos e nos consumimos. Quando surge uma pausa em nossas atividades, geralmente estacionamos diante da televisão, possivelmente conectada a um vídeo-cassete ou DVD, e simplesmente absorvemos o que nos é oferecido. O resultado é que raramente separamos tempo para pensar, meditar, inquirir, analisar, refletir e, especialmente, orar.

Lillian Guild (Ministry 1995: 28) conta uma história divertida de uma ocasião em que ela e seu esposo viajavam de carro pelas rodovias americanas. Em determinado momento encontraram um carro parado ao lado da estrada e ao seu lado havia uma pessoa bem vestida e com o semblante desorientado, desiludido e agitado. O casal Guild parou e ofereceu ajuda. A pessoa explicou que sabia, quando saiu de casa, que tinha pouco combustível, mas como estava com muita pressa para chegar a uma importante reunião de negócios, preferiu não gastar tempo abastecendo. A única coisa que o seu carro precisava era combustível. Lillian e seu esposo tinham um galão de combustível de reserva, o qual deveria ser suficiente para que o empresário chegasse ao próximo posto a poucos quilômetros adiante. Agradecendo profusamente a eles, o motorista saiu acelerando.

Ao seguir sua viagem em uma velocidade mais lenta, o casal Guild dirigiu outros vinte quilômetros e, surpreendentemente, encontrou novamente o mesmo carro parado ao lado da estrada. O motorista, não menos perturbado do que da primeira vez, e até mais agitado, ficou pateticamente agradecido quando eles pararam. A explicação para o fenômeno? Simples, o motorista estava tão apressado para chegar ao seu encontro de negócios que decidiu não parar no posto e continuou na sombria esperança de que o galão que havia recebido o levaria ao seu destino.

Parece difícil acreditar que alguém possa ser tão tolo até nos lembrarmos que esta é exatamente a maneira como muitos de nós agimos com relação à oração. Estamos tão ocupados correndo para o próximo item da agenda, que decidimos não parar para abastecer.

Certamente verbalizamos, do mais profundo do coração, a importância e a relevância da oração na vida cristã. Todavia, uma justificativa apresentada para a nossa negligência de uma vida sistemática de oração tem, em geral, uma agenda sobrecarregada que indica o próximo mês como a data mais provável para que a oração receba a devida atenção. Nos surpreendemos, porém, ao ler nas Escrituras que o próprio Jesus, a despeito de suas muitas atividades, não negligenciava a oração, mas retirava-se para lugares solitários a fim de orar. O reformador Lutero ecoou o ensino de Jesus de modo curioso: “Se estás muito ocupado para orar, certamente estás muito ocupado”! Algum assunto urgente e emergente dever estar roubando o lugar daquilo que é importante.


 

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